3 | Um forró pra suar as caraminholas
Era óbvio que a minha primeira newsletter escrita em São Paulo seria sobre trabalho. Mas, calma, não era sobre forró? Ih mulhé.... Começou errado...
[Setembro 2022]
Embarquei sozinha em mais uma viagem enquanto Richard se aventurava no norte da Argentina de carro. Precisava de um tempo para estar só com minhas caraminholas, queria conhecer um lugar novo sozinha. O Estado-mais-renegado-do-Sudeste foi o escolhido: Espírito Santo.
Volta e meia quando tô confusa com a vida gosto de me lembrar quem sou. Estar sozinha num lugar novo me lembra de lados meus que por vezes esqueço. Viajar sozinha é o meu jeito de consultar a Lanna do passado, de sentir um gostinho dela ali comigo.
Esse um mês sozinha multipliquei por três. Fiz voluntariado numa plantação de banana e café, aprendi muito sobre agroecologia, fiz duas senhoras pegarem carona (primeira vez delas!) para chegarmos até um mosteiro budista e fazer uma oficina de meditação (primeira vez delas!!!), fiz amizades muito improváveis, fiz trilhas, fui acolhida na casa de um casal que me deu carona, aluguei bicicleta e corri na orla das praias de Vitória e Vila Velha. E ainda trabalhei muito porque ainda é preciso dinheiro pra fazer tudo isso e respirar.
Meu último destino era um lugar que sempre quis ir: Itaúnas. Eu gosto de forró, gosto de mar, gosto de pequenas vilas, gosto de comida boa, como não amar Itaúnas?
Cheguei com a mochilinha nas costas depois de semanas na companhia da Lanna-viajante-solo. Chinelo nas mãos, pé na areia, um sorriso tatuado no rosto e um leve friozinho na barriga de ansiedade por finalmente estar ali. A pracinha da cidade tinha uma feirinha de artesanato, um grande tronco de pequi tombado no centro, uma igrejinha delicada e alguns restaurantes com música ao vivo. Que delícia estar aqui…
Já corri colocar o biquíni e fazer a pequena trilha do Tamandaré que passa pela antiga casa da antiga Vila de Itaúnas e desemboca nas dunas de areia e no mar. Roubei um caju num pé ali do mato e fui sentar no topo de uma das dunas, ouvindo o som do mar e sentindo os grãos de areia baterem na minha perna com o vento.
Eu poderia vir aqui falar pra vocês que tive insights, epifanias profundas, revelações, chorei de felicidade… nada disso. A vida na estrada é mais comum do que se imagina. Eu tinha tudo para apreciar a vista, comer o caju depois de colocar em prática as técnicas da meditação que aprendi dias antes… a verdade é que tudo o que eu pensava era trabalho.



¿A qué te dedicas? Quem és tu?
Gosto muito da pergunta em espanhol: “¿a que te dedicas?”
Pra mim, beira ao poético. Não quero saber do seu trabalho, quero saber a que você se dedica. Seja tocar violão, aprender a cozinhar, fazer louça de cerâmica, andar de bicicleta, cuidar de alguém. No fim, eles querem saber também de trabalho, mas a pergunta é tão aberta que pode ser qualquer coisa que você se dedique a fazer nos seus dias.
Em português temos a clássica: “O que você faz?”
Jornalista política. A resposta “jornalista” tava pronta desde os 13, 14 anos. Lá pros 18, 19 veio o complemento “política”. Desde então, se tornou parte de quem eu sou tão enraizado em mim que não sei ser outra coisa que não o que eu trabalho.
O problema também vai pra: até quando me perguntam quem sou, eu respondo como jornalista política. Como se isso te contasse tudo o que você precisa saber sobre uma pessoa: a profissão dela. Um ego em ser reconhecida como algo que julgo “grande e importante”. Puro ego.
Algumas vezes nos apegamos a nomes e títulos que estampem a nossa posição na sociedade para não encarar o vazio que somos enquanto pessoas no “resto das horas do dia”. É mais prático se esconder e preencher um currículo do que encarar o desconforto de preencher uma vida.
Uma das primeiras crises na estrada é a financeira. Como se manter na estrada? E o que eu respondo é que é “uma montanha russa financeira e emocional, nem sempre eu consigo me manter nela sem ficar zonza”. O dinheiro importa e quem falar que não… como vive num mundo capitalista onde temos que pagar absolutamente tudo que é essencial?
Por boa parte da minha vida sonhei em ser jornalista política. Quando as pessoas me perguntam “O que foi mais difícil abandonar para viver na estrada?”. “Meu sonho”, respondo. Hoje não sei dizer se essa resposta é porque me doía não seguir uma carreira ou não me sentir fazendo algo grandioso pra sociedade.
Quando me perguntam o que eu faço, nem sei por onde começar. Captação e edição de foto e vídeo, gerenciamento de redes sociais, disparo de newsletter com email marketing, edição de podcasts, texto com SEO para blogs e meios de comunicação, roteiro e produção de vídeo, assessoria, diagramação de livro epub……… sem ponto final mesmo que é pra ficar sem ar, como eu me sinto.
Vivendo entre caçar esses trabalhos temporários, mandar orçamento, negociar um, não fechar outros, fazer um deles enquanto caço outros porque tem que pensar já no dinheiro do mês que vem, entregar o trabalho e ver as alterações necessárias, fazer as alterações enquanto faz o orçamento de outro freela, entrego já pedindo retorno de como foi o processo para melhorar no próximo……… Ficou sem ar? E detalhe: ainda fazer conteúdo pro Instagram e site do Elas, pois sou lelé da cuca.
Desde que eu saí desse meu último trabalho CLT, todos os trabalhos que eu fiz foram os que apareciam. Se você me perguntar: “você faz tal coisa?” Eu iria te responder que sim enquanto buscava como fazer tal coisa na maior perfeição do mundo. Os trabalhos que faço não vão contra nada que eu acredito ou que tenham impacto negativo no mundo, mas ao mesmo tempo a sensação de não “construir uma carreira” é angustiante.
A crise começa em: “se hoje faço tantos trabalhos diferentes, então o que sou? Se não estou “construindo uma carreira”, deixei de me construir?” Assinado: paulista.
Eu só deixei a Assembleia Legislativo de São Paulo (ALESP) porque a5sédi0 s3xu4l vinha de brinde. É triste quando seu sonho te machuca a ponto de você fugir de tudo que conhece e ama. O problema é que quando eu desisti desse sonho, daquela vida, e me joguei no total desconhecido: eu desisti de uma grande parte de mim, porque o trabalho era uma grande parte de mim.
Me diga quem você é - sem dizer o que você faz
A primeira vez em um lugar entre viajantes que me pediram para falar de mim “sem falar o que eu fazia antes da mochila nas costas” foi assustador. Eu fiquei o tempo inteiro tentando ouvir as pessoas enquanto o Tico e o Teco na minha cabeça se olhavam e berravam um pro outro: “que raio somos senão jornalista?”
Essa pergunta foi respondida aos trancos e barrancos e não lembro ao certo o que falei. Provavelmente fiz alguma piada sobre ser viciada em macarrão e chocolate, e desconfiar de quem vive carregando guarda-chuva ou sente cócegas, mas consegue segurar.



Saí para andar pela noite calorosa de Itaúnas depois de passar o dia fritando a pele e o cérebro nas Dunas que abraçavam o mar. Caminhei pelas tendas na praça que estavam vendendo artesanato e amava o fato de estar andando descalça o dia todo. Escolhi um restaurante pé na areia com música ao vivo, pedi uma moqueca capixaba de banana da terra e aproveitei o movimento de sexta à noite.
Era música pra cidade toda, principalmente forró, o favorito. Fui seguindo sons até escolher onde iria me arriscar novamente nessa arte. Depois de três anos dançando forró somente com Richard (por conta da pandemia), nós criamos uma linguagem no movimento que virou confortável. Para dançar com outra pessoa eu teria que “reaprender”.
Em uma pequena esquina perto da praça entrava e saía gente a todo momento ao som de xote, ótimo para voltar a dançar aos pouquinhos. Entrei, comprei uma catuaba para matar o calor e o nervosismo de voltar a dançar forró depois do isolamento.
Fui dançando, mesmo nervosa. Fui pisando nos pés das pessoas, mesmo com a catuaba já nas veias. Com algumas pessoas o ritmo fluiu, outros não. O ritmo apertou e o que era xote acelerou tanto que meus pés não conseguiam mais seguir o embalo. Cansada do dia de sol e praia, sentei para recuperar o fôlego e tomar água.
Um homem veio me chamar pra dançar, também ofegante de tanto rodopiar pela pista, mas com algumas doses de álcool a mais que eu. Recusei o convite colocando a culpa no meu cansaço e não no ritmo acelerado que tava tocando. Ofereci água, ele aceitou e sentou ao meu lado. Vamos chamá-lo de Francisco.
Francisco usava uma camisa de botão florida meio aberta para ventilar. Bermuda jeans preta e os pés descalços iguais aos meus. O cabelo curto e cacheado, as bochechas coradas, brilhando de tanto dançar. Começamos a conversar sobre o Festival do Forró que tem na vila, sobre a vida na cidade.
___ Eu não troco isso daqui por nada nesse mundo - dizia ele com o sorriso aberto olhando a pista de dança.
___ E o que você faz aqui na cidade?
___ Forró é pelo menos 3 vezes por semana, faça chuva ou faça sol. Eu gosto muito de ir pro mar com a maré baixa, fica com umas piscininhas naturais quentinhas na areia. Ah, acampar na Praia da Trilha do Pescador também é uma delícia, acordar com o solzinho ali na frente. A Praia do Riacho Doce também é boa demais, você devia ir!
Eu perguntei o que ele faz, e ele me falou tudo que ele mais ama fazer nessa cidade, não com o que ele trabalha. Eu ouvi até o final, até ele parar de falar e perguntar o “e você?”. E quando essa pergunta veio, engasguei, mas aceitei o desafio interno e logo entrei no embalo dele e comecei a listar coisas que eu gostava de fazer também. Pintar e desenhar, escrever, fazer trilha, cozinhar, viajar, fingir que sei dançar, e por aí vai. Depois de um tempo, perguntei:
___ E com o que você trabalha?
___ Um pouco de tudo.
___ Tipo o que? - Paulista curiosa.
___ O que precisarem, na verdade. Se quiserem que eu pinte uma parede, faço. Arrumo telhados, fiação, faço mudança, sou garçom, ajudante de cozinha, recepcionista, faxineiro... O que a pessoa estiver precisando, eu dou um jeito e faço.
___ E tu gosta mais de algum deles?
___ Ah, sei lá, é trabalho, né? Não tenho preferência, faço qualquer um deles feliz e depois vou viver a minha vida.
Um silêncio ia crescendo entre nós. Ele termina o trabalho dele e vai viver a vida dele. A vida dele não era o trabalho dele. Eu vivia o que ele vive, eu faço vários trabalhos que precisam de mim, mas sem a mesma leveza. Eu tinha crises por não fazer trabalhos que me “preenchessem”.
Por que o fato de não gostar do trabalho me faz ter crise comigo e com a minha própria vida?


Lenga-lenga do propósito
Venderam tanto a palavra “propósito” que até um trabalho teve que virar paixão pra gente continuar tendo disposição para viver. Está muito em alta falar isso de “encontre o seu propósito!”, “qual é o seu propósito na vida?”, “trabalhe com o seu propósito!”
Pra mim, o ser humano é mais um animal na terra, não somos especiais enviados a fazer algo de especial. É lindo e importante ter um sentido na vida, sentir o que se vive, mas isso também muda com o passar do tempo. As nossas necessidades mudam, nós mudamos: esses tais propósitos também deveriam mudar.
Propósito virou um: produza algo, trabalhe, venda, mas de uma forma mais poética. Será que a vida cabe num único propósito? Ele precisa estar alinhado com profissão? Não pode ser algo além disso?
E nem vou comentar que até mesmo nossos hobbies de alguma forma ou outra acabam virando “fontes de renda”. Gosta de fazer pratos de cerâmica? Faz no seu tempo livre, aproveita e vende! E esses desenhos aquarela, já pensou em fazer arte sob encomenda nas suas horas vagas? Correr é bom, dá até para se inscrever numas corridas e ganhar uns prêmios. Já correu 5km, agora é 10km.
Tem uma cena que me tocou profundamente no Filme Soul. Um peixinho no mar está se sentindo perdido, não sabe o rumo que ir e pergunta a um outro peixe:
___Você viu o oceano?
___ O oceano?
___ É, o oceano!
___ Você está no oceano.
___ Isso? Mas isso daqui é água, o que eu quero é o oceano.
O que é o oceano que você tanto busca e que na verdade já está nele de certa forma?
E se o que a gente sempre quis em parte é o que já temos?
E se trabalho for só algo que fazemos para ter uma vida que gostamos?
Não precisamos amar e viver em prol do trabalho. Não precisamos odiar o que fazemos por ir contra tudo o que acreditamos e queremos ver no mundo. Deve ter uma linha no meio.
Aviso: propaganda enganosa
Talvez eu seja só parte de uma geração iludida que comprou aquela velha ladainha de “faça o que você ama e você nunca terá que trabalhar um dia na vida”. Mas que, na verdade, pode também ser traduzida para “trabalhe com o que ama e nunca mais ame nada”.
Eu realmente amei o meu trabalho e o que eu fazia nele, não gostava da vida que tinha e das situações que envolviam o ambiente de trabalho. Acho que se alguém me perguntasse naquela época “o que eu faço”, eu só responderia sobre trabalho porque era tudo o que eu vivia. Eu amava a importância que eu dava ao meu trabalho, não gostava da vida que eu tinha.
Hoje, quando me perguntam o que eu faço e eu não sei, sinto que me perco em quem sou. Quando me perguntam qual é o meu sonho, não sei sonhar fora do “trabalho”. Sempre me apeguei tanto a “personalidade de jornalista política” que não sabia sonhar outra coisa pra vida, nem responder quem sou fora dessa fração de mim.
Agora o jogo virou. Hoje eu tenho tantos tipos de trabalhos diferentes que nem sei como responder de maneira rápida e objetiva o que eu faço, só sei que eu não trocaria a minha vida por nada. Nem pelo sonho que um dia fui tanto atrás de realizar.
Eu amo meus dias, minha flexibilidade, aprender novas habilidades, ter liberdade geográfica para trabalhar de onde for. Mais que isso, tirar umas horas de folga para almoçar sem pressa com minha vó, tirar a manhã para tomar um chá quente e esperar a cólica menstrual passar sem ter que ficar me enchendo de remédio. Tudo bem, eu trabalho depois. Só o fato de poder escolher já é espantoso num mundo em que é preciso trabalhar 14h por dia, senão está jogando tempo / dinheiro no lixo.
E mesmo assim quando me perguntam sobre meu trabalho, eu tenho a mania de me apequenar toda. É como se um trabalho “grande” e “notável” na sociedade fosse feito por grandes pessoas, e os meus, que são “pequenos”, sou pequena. Se meu trabalho é tido como “inútil” e não tem valor na sociedade, logo, eu sou inútil. Porque eu sou o meu trabalho, aprendi a misturar quem sou com o que faço tão emaranhado que é difícil desfazer os nós.
Apequenei o que eu faço como trabalho, logo me senti pequena no mundo... Que diacho é isso? Que triste enxergar o mundo e a si mesma assim, Lanna…
E é curioso que depois desse grande sonho profissional, eu digo que não tenho mais grandes sonhos, apenas grandes vontades. Quero conhecer outros lugares no mundo, quero ser um suporte para outras mulheres viajarem sozinhas, quero ter um cantinho numa cidadela perto de rio, mar ou cachoeira… sonho é uma palavra grande demais. Tem que encher a alma pra falar “sonho”. Nada disso é sonho.
… peraí, por que não podem ser? Será que aprendi a sonhar só com profissão? O que você sonha em ser quando crescer?
O espaço do trabalho
Em uma das inúmeras conversas sobre trabalho na terapia e nas mesas de bar, me questionaram: “qual é o espaço que o trabalho tem na sua vida?”
Ele é gigante, e de tão gigante que é, às vezes engole a pessoa que sou. Não respondi em voz alta, mas pensei. É como se ele tomasse parte de quem sou, do meu valor como pessoa, amiga, filha, namorada, tudo.
Não tem como viver em um mundo como o nosso e simplesmente não pensar em trabalho ou em ter algum tipo de renda porque é necessário. E tem os que batam no peito para dizer que largaram tudo, mas continuam atrás de freelas e jobs para conseguirem viver. Não tem como fugir disso.
Nosso tempo livre não é mais livre. O quanto de nossa mente ainda não está conectada ao trabalho nas horas fora do trabalho? O quanto somos do nosso trabalho? O que somos sem ele?
Eu nem vou entrar aqui em Inteligência Artificial e projetos sendo feitos por robôs, em empregos desaparecendo, em desesperança profissional e renda concentrando na mão de poucos. O assunto aqui é sobre misturar o ser com o fazer.
Em um artigo da Le Monde Diplomatique eles mostram “O outro lado do milagre coreano”, onde uma jornada de 69h semanais é normal. Temos realmente tempo pra ser algo nesse mundo? Para pensar em nós, e não somente em sobreviver a essa vida?
Sempre que volto pra São Paulo acabo esquecendo um pouco mais do ser para o fazer. Só o fazer garante o ter, e aqui isso é mais do que necessário, porque você tá sozinho e ninguém vai te ajudar. Sinto que viver aqui é ter que se apagar mesmo para “dar conta do tranco que é a vida”. Será que a vida era pra ser assim mesmo? Naõ tem outra forma de viver?
Olho em volta, lembro da conversa com Francisco, observo os assuntos principais nas conversas com amigos. Encontro pedaços da Lanna de 2016, aquela que ia pra ALESP, versões de Lanna’s espalhadas pela casa, e penso: É, um dia vou morar numa casinha com horta numa pequena cidade, esse é meu novo sonho, um lugar em que eu também possa ser nos meus dias, e não só o fazer ou ter.
Enquanto eu leio essa newsletter em voz alta algo dentro de mim sussura no pé do meu ouvido: hey, isso tudo que você está vivendo já foi um sonho também. Não coloque muros nos seus sonhos de até onde eles podem ir ou o que eles podem ser. Não viva pra mostrar num currículo, só sonha, trabalha com o que dá / pode / consegue e deixa voar. Talvez te falte não só trabalhar e sonhar grande, mas também viver grande.



E que um dia exista um mundo possível para todos sermos, colaborar nos afazeres e poder nos ajudar no ter.
Com carinho no meio-de-mil-freelas-e-escrevendo-a-news-porque-gosto-mais,
Essa semana eu assisti um vídeo no yt sobre: “responda quem é vc sem falar da sua profissão”. Isso me pegou tanto que ate agora eu nao consegui elaborar uma resposta. Hj, lendo seu texto, consegui aprofundar ainda mais nessa reflexão. Embora eu ainda nao consiga responder a pergunta de quem sou eu, agora pelo menos me sinto mais tranquila em saber que essas crises existenciais não assolam somente a mim. Kk loucura ne?! Obrigada por compartilhar suas caraminholas com a gente ❤️
“Algumas vezes nos apegamos a nomes e títulos que estampem a nossa posição na sociedade para não encarar o vazio que somos enquanto pessoas no “resto das horas do dia”. É mais prático se esconder e preencher um currículo do que encarar o desconforto de preencher uma vida” - Eu não tava pronto pra esse tapa na cara 😟😟. Seus textos estão cada dias melhores curi. Na nossa futura casinha quer fazer free lance na horta ❤️